É uma planta típica da floresta, que prefere ambientes úmidos e sombreados, e desempenha um papel muito importante na dinâmica florestal como um todo. Cada palmeira pode levar mais de 15 anos para chegar num estágio adulto e, a partir daí, produzir uma grande abundância de frutos que servem de alimento para muitas espécies de animais silvestres, responsáveis por realizar a dispersão das sementes, contribuindo para a manutenção e reprodução da própria palmeira, naturalmente. Muitos insetos também são essenciais para garantir a reprodução da espécie por contribuem diretamente com a polinização de suas flores, das quais retiram seu pólen e néctar para se alimentarem.
Nomes populares: Palmito juçara, palmito doce, içara, juçara, ensoroval, palmito ripeira, palmiteiro, jiçara, palmito branco, açaí do sul.
Nome científico: Euterpe edulis
Família: Arecaceae
Ocorrência: Espécie nativa da Mata Atlântica. É encontrada no interior da floresta ombrófila mista densa. Sua distribuição natural abrange do estado de Alagoas ao norte do Rio Grande do Sul, em regiões com altitudes entre 700 e 900 metros.
Características: Palmeira de médio porte, oito a quinze metros, tronco fino e alto com 15 cm de diâmetro. Floração branca em cacho, frutos cor violeta escuro (quando maduros) de 1 cm de diâmetro, semente única envolta por polpa fibrosa comestível, porém de sabor não muito bom in natura.
Esta espécie ocorria de maneira expressiva e dominante por toda a floresta, entretanto, devido sua exploração predatória pelo palmito e o tempo de espera para crescer, tornou-a quase extinta em várias regiões.
A existência desta planta neste habitat deve-se a alguns fatores únicos e primordiais: temperaturas médias de 17ºC a 26ºC; solo fértil com textura arenosa e argilosa; drenagem de água de boa a regular. Vale dizer: chão encharcado e argila pesada não combinam com esta espécie. E esta simbiose não é só da mata e do palmito.
Um indivíduo de palmito é considerado adulto quando produz sua primeira florada e frutificação, o que ocorre dos quinze aos 18 anos de idade. Calcula-se que das 50 sementes que germinam no solo da floresta, apenas uma chegará à fase adulta.
Importância: A palmeira juçara é considerada uma espécie de grande importância para a Floresta Atlântica, devido suas características ecológicas. A sua preservação está ligada à manutenção da biodiversidade deste bioma. Seus frutos que, amadurecem por todo o outono e inverno, são de grande importância para a alimentação de diversos animais, que vão de tucanos, sabiás e periquitos, à maritacas, jacus, tatus e capivaras entre outros. Detalhe: por frutificar no inverno, período em que a maioria das outras árvores está sob estresse hídrico devido ao período seco, a palmeira juçara torna-se fundamental à manutenção destes bichos. Além de tudo isso, seu fruto atrai os animais, tornando-os dispersores de suas sementes, garantindo a renovação natural da mata.
Ecologistas do Futuro—Manhã
